Regras do Futebol - Parte 22 - As Atuais Regras do Futebol - Protocolo do VAR
Princípios
O protocolo VAR, na medida do possível, está em conformidade com os princípios e filosofia das Leis do Jogo.
O uso de árbitros assistentes de vídeo (VARs) só é permitido quando o organizador da partida/competição tiver cumprido todos os requisitos do Programa de Assistência e Aprovação de Implementação (IAAP) conforme estabelecido nos documentos IAAP da FIFA e tiver recebido permissão por escrito da FIFA.
Princípios
O uso de VARs em partidas de futebol é baseado em uma série de princípios, todos os quais devem ser aplicados em todas as partidas usando VARs.
1. Um árbitro assistente de vídeo (VAR) é um árbitro da partida, com acesso independente às imagens da partida, que pode auxiliar o árbitro apenas no caso de um 'erro claro e óbvio' ou 'incidente grave perdido' em relação a:
uma. Gol/sem objetivo
b. Penalidade/sem penalidade
c. Cartão vermelho direto (não segundo cartão amarelo/cuidado)
d. Identidade equivocada (quando o árbitro adverte ou expulsa o jogador errado da equipe infratora)
2. O árbitro deve sempre tomar uma decisão, ou seja, o árbitro não pode dar 'não decidir' e então usar o VAR para tomar a decisão; uma decisão de permitir que o jogo continue após uma suposta ofensa pode ser revisada.
3. A decisão original dada pelo árbitro não será alterada a menos que a revisão do vídeo mostre claramente que a decisão foi um 'erro claro e óbvio'.
4. Apenas o árbitro pode iniciar uma 'revisão'; o VAR (e outros árbitros) só pode recomendar uma 'revisão' ao árbitro.
5. A decisão final é sempre tomada pelo árbitro, seja com base nas informações do VAR ou após o árbitro ter realizado uma 'revisão em campo' (OFR).
6. Não há limite de tempo para o processo de revisão, pois a precisão é mais importante que a velocidade.
7. Os jogadores e oficiais de equipe não devem cercar o árbitro ou tentar influenciar se uma decisão for revisada, o processo de revisão ou a decisão final.
8. O árbitro deve permanecer 'visível' durante o processo de revisão para garantir transparência.
9. Se o jogo continuar após um incidente que é então revisto, qualquer ação disciplinar tomada/exigida durante o período pós-incidente não é cancelada, mesmo se a decisão original for alterada (exceto uma advertência/expulsão por parar ou interferir com um ataque promissor ou DOGSO).
10. Se o jogo for interrompido e reiniciado, o árbitro não poderá realizar uma 'revisão', exceto em caso de identidade equivocada ou por uma potencial infração de expulsão relacionada a conduta violenta, cuspir, morder ou extremamente ofensivo, insultante e/ou ação(ões) abusiva(s).
11. O período de jogo antes e depois de um incidente passível de revisão é determinado pelas Leis do Jogo e pelo protocolo VAR.
12. Como o VAR irá automaticamente 'verificar' cada situação/decisão, não há necessidade de treinadores ou jogadores solicitarem uma 'revisão'.
Decisões/Incidentes de Mudança de Partida Passíveis de Revisão
O árbitro pode receber assistência do VAR apenas em relação a quatro categorias de decisões/incidentes de mudança de partida. Em todas essas situações, o VAR só é usado após o árbitro tomar uma decisão (primeira/original) (incluindo permitir que o jogo continue), ou se um incidente grave for perdido/não visto pelos árbitros.
A decisão original do árbitro não será alterada a menos que tenha havido um 'erro claro e óbvio' (isso inclui qualquer decisão tomada pelo árbitro com base em informações de outro árbitro, por exemplo, impedimento).
As categorias de decisão/incidente que podem ser revisadas no caso de um potencial 'erro claro e óbvio' ou 'incidente grave perdido' são:
uma. Gol/sem objetivo
ataque da equipe atacante na preparação ou marcação do gol (handebol, falta, impedimento etc.)
bola fora de jogo antes do gol
decisões de objetivo/sem objetivo
infração do goleiro e/ou chutador na execução de um pênalti ou invasão por um atacante ou defensor que se envolve diretamente no jogo se o pênalti ricochetear na trave, travessão ou goleiro
b. Pênalti/sem pênalti
ofensa da equipe atacante na preparação para o incidente de penalidade (handebol, falta, impedimento etc.)
bola fora de jogo antes do incidente
local da infração (dentro ou fora da área penal)
pênalti concedido incorretamente
infração de pênalti não penalizada
c. Cartões vermelhos diretos (não segundo cartão amarelo/cuidado)
DOGSO (especialmente posição de ataque e posições de outros jogadores)
jogo sujo grave (ou desafio imprudente)
conduta violenta, morder ou cuspir em outra pessoa
usando ação(ões) ofensiva(s), insultante(s) ou abusiva(s)
d. Identidade equivocada (cartão vermelho ou amarelo)
Se o árbitro punir uma infração e depois der ao jogador errado da equipe infratora (penalizada) um cartão amarelo ou vermelho, a identidade do infrator pode ser revisada; a infração em si não pode ser revisada, a menos que esteja relacionada a um gol, incidente de pênalti ou cartão vermelho direto.
Praticidades
O uso de VARs durante uma partida envolve os seguintes arranjos práticos:
O VAR assiste à partida na sala de operação de vídeo (VOR) assistido por um assistente de VAR (AVAR) e operador de replay (RO)
Dependendo do número de ângulos da câmera (e outras considerações), pode haver mais de um AVAR ou RO
Somente pessoas autorizadas podem entrar no VOR ou se comunicar com o VAR/AVAR/RO durante a partida
O VAR tem acesso independente e controle de reprodução de imagens de transmissão de TV
O VAR está conectado ao sistema de comunicação usado pelos árbitros e pode ouvir tudo o que eles dizem; o VAR só pode falar com o árbitro apertando um botão (para evitar que o árbitro se distraia com conversas no VOR)
Se o VAR estiver ocupado com uma 'verificação' ou uma 'revisão', o AVAR pode falar com o árbitro, especialmente se o jogo precisar ser interrompido ou para garantir que o jogo não seja reiniciado
Se o árbitro decidir ver as imagens do replay, o VAR selecionará o melhor ângulo/velocidade de replay; o árbitro pode solicitar outros/ângulos/velocidades adicionais
Procedimentos
Decisão original
O árbitro e outros árbitros devem sempre tomar uma decisão inicial (incluindo qualquer ação disciplinar) como se não houvesse VAR (exceto por um incidente 'perdido')
O árbitro e outros oficiais da partida não estão autorizados a dar 'nenhuma decisão', pois isso levará a uma arbitragem 'fraca/indecisa', muitas 'revisões' e problemas significativos se houver uma falha de tecnologia
O árbitro é a única pessoa que pode tomar a decisão final; o VAR tem o mesmo status que os demais árbitros e só pode auxiliar o árbitro
Atrasar a bandeira/apito para uma infração só é permitido em uma situação de ataque muito clara quando um jogador está prestes a marcar um gol ou tem uma corrida clara em direção à área de pênalti do adversário
Se um árbitro assistente atrasar uma bandeira por uma infração, o árbitro assistente deve levantar a bandeira se a equipe atacante marcar um gol, receber um pênalti, tiro livre, escanteio ou reposição, ou mantiver a posse da bola após o o ataque inicial terminou; em todas as outras situações, o árbitro assistente deve decidir se levanta ou não a bandeira, dependendo dos requisitos do jogo
Verificar
O VAR automaticamente 'verifica' as imagens da câmera de TV para cada gol potencial ou real, pênalti ou decisão/incidente direto de cartão vermelho, ou um caso de identidade equivocada, usando diferentes ângulos de câmera e velocidades de repetição
O VAR pode 'verificar' a filmagem em velocidade normal e/ou em câmera lenta, mas, em geral, replays em câmera lenta só devem ser usados para fatos, por exemplo, posição de ataque/jogador, ponto de contato para infrações físicas e handebol, bola fora de jogo (incluindo gol/sem gol); a velocidade normal deve ser usada para a 'intensidade' de uma infração ou para decidir se foi uma infração de handebol
Se a 'verificação' não indicar um 'erro claro e óbvio' ou 'incidente grave perdido', geralmente não há necessidade de o VAR se comunicar com o árbitro - esta é uma 'verificação silenciosa'; no entanto, às vezes ajuda o árbitro/árbitro assistente a gerenciar os jogadores/jogo se o VAR confirmar que não ocorreu nenhum 'erro claro e óbvio' ou 'incidente grave perdido'
Se o reinício do jogo precisar ser adiado para um 'cheque', o árbitro sinalizará isso segurando claramente um dedo no fone de ouvido/fone de ouvido e estendendo a outra mão/braço; este sinal deve ser mantido até que a 'verificação' seja concluída, pois anuncia que o árbitro está recebendo informações (que podem ser do VAR ou de outro árbitro da partida)
Se a 'verificação' indicar um provável 'erro claro e óbvio' ou 'incidente grave perdido', o VAR comunicará essa informação ao árbitro, que decidirá se deve ou não iniciar uma 'revisão'
Análise
O árbitro pode iniciar uma 'revisão' para um potencial 'erro claro e óbvio' ou 'incidente grave perdido' quando:
o VAR (ou outro árbitro) recomenda uma 'revisão'
o árbitro suspeita que algo sério foi 'perdido'
Se o jogo já parou, o árbitro atrasa o reinício
Se o jogo ainda não tiver parado, o árbitro interrompe o jogo quando a bola está próxima em uma zona/situação neutra (geralmente quando nenhuma equipe está em movimento de ataque) e mostra o 'sinal de TV'
O VAR descreve ao árbitro o que pode ser visto nos replays da TV e o árbitro então:
mostra o 'sinal de TV' (se ainda não mostrado) e vai para a área de revisão do árbitro para ver as imagens do replay - 'revisão em campo' (OFR) - antes de tomar uma decisão final. Os outros árbitros da partida não revisarão a filmagem a menos que, em circunstâncias excepcionais, sejam solicitados pelo árbitro
ou
toma uma decisão final com base na percepção do próprio árbitro e nas informações do VAR e, quando apropriado, na opinião de outros árbitros da partida - 'Revisão somente do VAR'
No final de ambos os processos de revisão, o árbitro deve mostrar o 'sinal de TV' imediatamente seguido da decisão final
Para decisões subjetivas, por exemplo, intensidade de um desafio de falta, interferência em impedimento, considerações de handebol, uma 'revisão em campo' (OFR) é apropriada
Para decisões factuais, por exemplo, posição de um ataque ou jogador (impedimento), ponto de contato (handebol/falta), localização (dentro ou fora da área penal), bola fora de jogo etc. uma 'revisão em campo' (OFR) pode ser usada para uma decisão factual se ajudar a gerenciar os jogadores/jogo ou 'vender' a decisão (por exemplo, uma decisão crucial decisiva no final do jogo)
O árbitro pode solicitar diferentes ângulos de câmera/velocidades de replay, mas, em geral, replays em câmera lenta só devem ser usados para fatos, por exemplo, posição de ataque/jogador, ponto de contato para infrações físicas e handebol, bola fora de jogo (incluindo gol/não meta); a velocidade normal deve ser usada para a 'intensidade' de uma infração ou para decidir se foi uma infração de handebol
Para decisões/incidentes relacionados a gols, pênalti/sem pênalti e cartões vermelhos por negar uma oportunidade óbvia de gol (DOGSO), pode ser necessário revisar a fase de ataque do jogo que levou diretamente à decisão/incidente; isso pode incluir como o time atacante ganhou a posse de bola em jogo aberto
As Leis do Jogo não permitem que as decisões de reinício (cantos, lançamentos laterais, etc.)
Se o jogo for interrompido e reiniciado, o árbitro só pode realizar uma 'revisão' e tomar a sanção disciplinar apropriada, por um caso de identidade equivocada ou por uma potencial infração de expulsão relacionada a conduta violenta, cuspir, morder ou extremamente ofensivo, ação(ões) insultuosa(s) e/ou abusiva(s)
O processo de revisão deve ser concluído da forma mais eficiente possível, mas a precisão da decisão final é mais importante do que a velocidade. Por esta razão, e porque algumas situações são complexas com várias decisões/incidentes passíveis de revisão, não existe um prazo máximo para o processo de revisão
Decisão final
Quando o processo de revisão estiver concluído, o árbitro deve mostrar o 'sinal de TV' e comunicar a decisão final
O árbitro então tomará/alterará/rescindirá qualquer ação disciplinar (quando apropriado) e reiniciará o jogo de acordo com as Leis do Jogo
Jogadores, substitutos e oficiais de equipe
Como o VAR 'verifica' automaticamente todas as situações/incidentes, não há necessidade de treinadores ou jogadores solicitarem uma 'verificação' ou 'revisão'
Jogadores, substitutos e oficiais de equipe não devem tentar influenciar ou interferir no processo de revisão, inclusive quando a decisão final for comunicada
Durante o processo de revisão, os jogadores devem permanecer no campo de jogo; substitutos e oficiais de equipe devem permanecer fora do campo de jogo
Um jogador/substituto/jogador substituído/oficial de equipe que exibir excessivamente o 'sinal de TV' ou entrar na RRA será advertido
Um jogador/substituto/jogador substituído/oficial de equipe que entrar no VOR será expulso
Validade da correspondência
Em princípio, uma correspondência não é invalidada devido a:
mau funcionamento da tecnologia VAR (como para a tecnologia da linha de gol (GLT))
decisão(ões) errada(s) envolvendo o VAR (já que o VAR é um árbitro da partida)
decisão(ões) de não revisar um incidente
revisão(ões) de uma situação/decisão não passível de revisão
VAR, AVAR ou operador de repetição incapacitado
Lei 6 - Os Outros Oficiais de Prova estipula: 'As regras da competição devem indicar claramente quem substitui um oficial de prova que não pode começar ou continuar e quaisquer mudanças associadas.' Em partidas usando VARs, isso também se aplica a operadores de replay.
Como são necessários treinamento e qualificações especiais para ser um oficial de partida de vídeo (VMO)/operador de replay, os seguintes princípios devem ser incluídos nas regras da competição:
Um operador de VAR, AVAR ou replay que não pode iniciar ou continuar só pode ser substituído por alguém qualificado para essa função
Se nenhum substituto qualificado for encontrado para o VAR ou operador de replay,* a partida deve ser jogada/continuada sem o uso de VARs
Se nenhum substituto qualificado for encontrado para o AVAR,* a partida deve ser jogada/continuar sem o uso de VARs, a menos que, em circunstâncias excepcionais, ambas as equipes concordem por escrito que a partida pode ser jogada/continuar apenas com o VAR e o operador de repetição
*Isso não se aplica quando houver mais de um operador AVAR/replay.